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domingo, 2 de agosto de 2009

Dos números, do Siza, de Nietzsche

Idas vão as aulas de ciências sociais onde se repetia, entre outras, a ideia de que as ciências (sociais) não se querem sozinhas, isoladas em compartimentos estanques, alheadas dos progressos da demais - deviam ser interdisciplinares. Mais tarde, no bom tempo de Miranda, conheci o Jorge. O Jorge estudou arquitectura, adorava matemática e por circunstâncias da vida, fechou-se um dia no quarto a ler filosofia. Esteve lá cinco anos. Apesar de não ser arquitecto nem matemático nem filósofo, o Jorge gosta de produzir. Arte. Faz arte com essas três disciplinas na cabeça. E que bem a faz. Um dia mostrou-me que tinha inventado um sólido que não existe (Dodecaedros) e uma sucessão que, resolvida, concluia que um número é diferente do próprio número. É complicada de perceber esta arte do Jorge. São precisas largas horas de boa concentração de tão abstrata que se torna a questão... O propósito de trazer aqui o Jorge é o de que ele é a prova provada dessa interdisciplinaridade. De que as disciplinas solitárias parecem cada vez mais vazias de conteúdo. Tendem a especificar-se. Bolonha pareceu-me ser a operacionalização dessa quebra de paradigma. A saída do armário da interdisciplinaridade. Presa que esteve nos gabinetes académicos. Talvez esta seja a verdadeira revolução cultural do século actual... A ver vamos!
Obras do Jorge na incomunidade
aqui.

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