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sábado, 25 de julho de 2009

Da voz de Amália e outros pensamentos idiotas

Não sei se perdoar a geração dos meus pais por nunca me mostrarem a Amália dos seus tempos áureos. Bem vezes me perguntei, durante a minha juventude, porque é que toda a gente (os mais velhos) gostava daquela voz rouca, regular. Algumas ideias que apanhei no ar, nessa época, tratavam até com despeito o seu feitio de mulher do futuro. E, eis que me encontro na Irlanda, com uma vontade ávida de cultura portuguesa e o YouTube diante das orbitas oculares. Thank god there is YouTube! Lembro-me de começar pelo óbvio e badalado "Povo que lavas no rio". Nota 8 em 10. Passo depois para uma "Gaivota". Aquela em que a Amália canta, num serão em sua casa, com o Vinicius (que apresenta a canção), o David Mourão Ferreira e a Natália Correia, entre outros. Não fiquei particularmente excited. Passei, então, para "Nem às paredes confesso" e aí, sim. Decidi, imediatamente, que se devia proibir por lei a sua reprodução, noutras vozes. Insisto nessa ideia. E continuei, por aí fora, cada vez mais para o passado, a descobrir Amália, a ver as entrevistas, os filmes em que participou, os programas... Descobri que, além da voz, o sucesso dela se deveu à sua personalidade. E, compreendo, agora porque tinha tantos seguidores e em tantos países. A sua simplicidade dá vontade de idolatrar, como a um deus. E dá, também, uma vontade incontrolável de a divulgar. Comovi-me, como qualquer português, com o seu sucesso "lá fora" e ouvi, vezes sem conta, a sua música - o seu "Summertime". Agora, não passo sem uma "Gaivota" diária (a dos The Gift também me satisfaz) e mais que perdoar, vou relembrar aos meus pais a história de Amália feita pelo meu olhar...

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