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quarta-feira, 29 de julho de 2009

Do patriotismo bacoco e da lusa contradição

Quando chegar o dia em que ouvir um português dizer: "Nós somos os melhores" sem o "mas" à frente, ofereço-lhe um bacalhau. Um cálice de vinho do Porto a esse português! Está prometido. Nós somos os melhores, "mas"... Ei, pára aí! O que é que ias dizer? Está la caladinho. "Mas", o quê? Otário! Os portugueses gostam mesmo de se criticar, é uma coisa... É como os franceses mas sem a parte do humor. Há dias vi uma entrevista do Miguel Esteves Cardoso e descobri que ele só podia ser português. Não há hipótese! É que depois, há esta coisa da moda de elevar a moral às tropas, e Portugal é que é bom, e inventamos a via verde e tal, e o cluster da cortiça, mas...mas... não conseguimos! Parar pelas coisas boas, seria morrer. Dizer apenas bem de Portugal é como ir a Roma e não ver o Papa. É uma alma bacoca, um português que não mostra que sabe analisar! Que não saiba analisar e enunciar bem alto o produto da sua análise! E para analisar o país estamos cá nós! É como que um começar por dizer o que parece bem e ir depois vorazmente à opinião verdadeira, que depois do "mas" é que a conversa começa a aquecer! A entrevista do MEC foi isto que me suscitou. God knows como eu gosto da crónicas do MEC, mas MEC! Caramba! zzzzzzzzzzzzzz Bem... a culpa não é do MEC. Dou por mim, muitas vezes, a não conseguir evitar o "mas". Se bem que no estrangeiro o "mas" tem muito menos sentido. Parece que o fashion sentido patriótico que queremos imputar ás tropas é vazio de ideologia, que muito há a fazer para que a mudança de mentalidade seja efectiva. Talvez pudessemos começar por irradicar a palavra "mas" do dicionário. Retirem-se o "mas" e todos os designativos de oposição do Diccionário da língua portuguesa!

Portugal é um grande país, mas tem que aprender a gostar genuinamente de sí.

Passo a contradição. Correcção: Portugal é um grande país. Ponto final. Yes!

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